sábado, 31 de dezembro de 2011

SAN JOSE DOS CHIQUITOS - BOLÍVIA (DIAS 56, 57 E 58)

Chegamos à estação ferroviária de San José de Chiquitos às 2h da manhã como previsto. A estação é pequena, mas bem movimentada. Tinha gente nos banquinhos esperando trem, gente assistindo filme na televisão da estação, gente dormindo nos bancos... Tinha até gente cantando música do grupo Raça Negra  no Karaokê que fica na frente da Estação. rs



















Ou seja, já que era madrugada e não íamos sair numa cidade desconhecida para procurar hotel àquela hora, o jeito era esperar amanhecer ali mesmo. Eu até tentei não dormir, mas acabei me unindo aos pobres mortais nos bancos e tirei bons cochilos!  A Rachel não só se uniu a eles, como se esparramou no banco como se fosse a cama da casa dela, roncando e babando a vontade! rsrs

Quando amanheceu fomos em busca de hotéis. Encontramos o hotel Victoria, que fica bem próximo às Reduções Jesuíticas e a praça principal. Custou apenas Bs60 para as duas, com banheiro compartilhado.


Depois de uma boa dormida numa caminha quente, saímos para comer alguma coisa. Nosso desayuno (café da manhã) foi empanada de frango com batata, um salgado parecendo uma almôndega amassada e chicha de maní. Tudo a preço bem popular. O copão de chicha de maní nos custou Bs1,50 e as empanadas, Bs 2,50. O salgado de que falei, até perguntamos o nome, mas não entendemos muito bem. rs Chicha de maní é refresco de amendoim. Nunca havíamos pensado na vida em provar um refresco feito de água com amendoim!!!! rs Mas descobrimos que aqui na Bolívia, em muitas barraquinhas, ele é item clássico e muito apreciado. É difícil descrever sabor e gosto é indiscutível. Então só estando aqui e provando para saber.

 

O vendedor das empanadas era muy amable! rs Rachel que achou o jeito dele muito parecido com o tio Né, não resistiu e teve que registrá-lo em nossa viagem.


Estou invadindo o post da Monique aqui só para registrar o quanto ela me encheu o saco por causa de leite com achocolatado! Gente, ainda bem que Deus me deu muita paciência! rs Todo dia eu tinha que olhar para a cara emburrada da Monique, que não queria comer empanadas com gaseosas no café da manhã! Ela não gosta de maní, não gosta de plátano, não gosta de gelatina, não gosta de pollo, não gosta de nada!!! SÓ DESSA DROGA DE LEITE COM ACHOCOLATADO!!! E depois a fresca sou eu!!! rs Tá, tudo bem, eu também gosto de leite com achocolatado, mas ali tínhamos que viver o que as pessoas dali viviam, né? Enfim, depois de um tempo ela se conformou e se acostumou com a situação, mas, é claro, não deixou de me convencer a comprar leite e toddy na vendinha para tomarmos LEITE COM ACHOCOLATADO em casa! Improvisamos os copos e as colheres e, enfim, fizemos a criança sorrir!!! Pronto! Desabafei! Agora a Monique continua contando aqui...


Nesses dias que passamos em San José, passeamos pela cidade, e o que vimos era muito simples e pobre! A parte que gostamos mais foi a praça principal, que é linda! Ali fica o conjunto missional de San Jose, que de tão bonito, dá um toque ainda mais especial à praça.

 



Esta cidade faz parte do circuito de cidades da Bolívia que ainda preservam algumas das construções dos tempos das Missões Jesuíticas. Nesse conjunto missional existe um museu, chamado Espacio Cultural de Chiquitos, que conta a história da cidade e a influência dos Jesuítas por lá.

 
A cultura Chiquitana é nova, do século XVII, e está formada por elementos indígenas de diferentes origens e por alguns elementos cristãos. E ainda que o trabalho dos jesuítas tenha iniciado profundas mudanças nos indígenas da região, percebe-se que ele nunca chegou a eliminar completamente o pensamento indígena e o seu conceito de vida.


Os chiquitanos continuam praticando os ritos católicos, assim como faziam seus antepassados nos tempos das reduções. E isso não exclui seu modo de pensar e sentir indígena: muitos símbolos e cerimônias permanecem sendo interpretados com expressões e conteúdos próprios.


O museu fica aberto de terça a domingo, de 9:30h às 12h e das 15h às 18h. A entrada no museu custa Bs20 para estrangeiros, mas as quartas-feiras a entrada é gratuita.


 

A igreja principal faz parte do conjunto. E aproveitamos a vida pacata na cidade para assistir uma missa em espanhol. Nem precisamos dizer que não entendemos quase nada...rs Afinal, como se já não bastasse no compreender casi nada de esa lengua, o padre ainda era um velhinho muito fofo, mas que falava tudo enrolado! rs Mas não importa. O que vale é a oração! E essa foi de coração!


Na praça se encontram alguns restaurantes, sempre simples e baratos. Não contem com restaurantes voltados para turismo. Não espere encontrar um “Fetuccine a carbonara”, que não vai encontrar. Nem ache que vai se salvar com hambúrguer e batata frita! O negócio aqui é comer empanada de pollo e bife a milanesa. rs


Num dos nossos almoços conhecemos o Joseph. Um senhor de 82 anos, muito simpático e bem humorado, adorador das mulheres, viajado e o mais importante, sem nenhuma ruga! rs Ele realmente não aparentava a idade que tem. E quando nos dissemos isso, ele nos contou qual era o segredo da juventude! Infelizmente, ele nos pediu segredo. Não podemos contar a vocês. rs Batemos bons papos com ele, que nos contou algumas das suas aventuras pelo mundo e sobre seus filhos, um em cada país. rs Demos boas risadas com ele! Ah!! E ele elogiou o nosso espanhol, dizendo que falávamos muito bem! hauhauha A Rachel tudo bem, falava bastante. Agora eu só dizia “si”, “gracías”... rs


Falando em comida, quem vier para cá, prepare-se! Porque comer aqui é sempre uma surpresa! rs  Pedindo um prato de arroz, bife a milanesa e salada, nada impede que nele venha uma banana frita! rs E numa taça de sorvete de chocolate? Até gelatina veio! A Kel adorou as surpresas! Já eu, que não gosto nem de banana e nem de gelatina, me dei mal, né? rs

 

Outro fato engraçado aconteceu no correio. Fomos enviar postais do Pantanal para meu irmão e para a avó da Kel. Entregamos os postais para a funcionária e ela nos disse, de primeira, “Ok!”. Aí perguntei para ela se podíamos escolher os selos, já que ela nem se prontificou a colocá-los. Ela nos mostrou alguns, escolhemos e ficamos esperando ela colá-los. A funcionária pegou o selo, deu uma baita lambida nele, e colou no postal! hahahaha Que coisa do outro século! rsrs Saímos de lá morrendo de medo dos cartões não chegarem nunca. Que, por sinal, ainda não chegaram. rs  

 

Ali tivemos o primeiro contato com os Menonitas, comunidade de descendentes de origem germânica que vive por ali e na região de Santa Cruz de La Sierra. Eles usam roupas características e não tem como não notá-los em meio aos outros bolivianos.


Nossa passagem por San Jose foi bem legal. Ali pudemos conhecer um pouco da cultura boliviana, que em cidades grandes com certeza não encontraríamos ou passaria despercebido por nós, como a chicha de Maní, de uma barraquinha montada na praça e servida na cuia. Para quem assiste Chaves, é igual ao modo de servir o refresco de tamarindo. rs Não assistiríamos um jogo pouco conhecido de nós brasileiros, que é como uma pelota basca com raquete, que percebemos ser popular no país. E nem presenciaríamos a brincadeira do jovem padre com as crianças, nas ruas da cidade.


Compramos nossa passagem do trem da morte, enfim! Íamos na terça, mas só encontramos passagem para quarta-feira. Fica a dica para quem for pegar o trem em San Jose de Chiquitos: compre a passagem com antecedência, pois, dependendo da época, podem acabar bem rápido.


Agora, preparem-se para entender o que é o trem de morte! No próximo post. rs

Besitos!! 

2 comentários:

  1. Gostei dos comentários. Muito bem redigidos e humorados Estou programando mina viagem para essa região e eles me estão sendo muito úteis.Pretendo fazer parada nesta cidade, fiquei animada.
    AFM

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  2. Aproveite, AFM!!! Que você faça uma excelente viagem!!!! =)

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