domingo, 18 de dezembro de 2011

PANTANAL (DIA 51)

Pantanal era um lugar que não havia me dado conta que pudesse estar. Sabem quando aquilo te parece tão distante que nem te passa pela cabeça estar realmente lá? Só me lembrava daquela novela que, segundo a Kel, a mulher virava onça. A novela da rede Manchete, de quando éramos beeem pequenininhas. E agora estaríamos lá!

Pegamos o ônibus às 13h na rodoviária de Corumbá. Descemos a uma hora e meia dali, no Buraco das Piranhas. (Descobrimos depois que o passeio pode ser tratado em Bonito, e não precisávamos ter ido até Corumbá) Ali mesmo uma caminhonete do tipo safári nos esperava. O Bobby, da empresa Indiana Tours (quiosque na rodoviária de Corumbá), pela qual fechamos o passeio, disse-nos que o Élcio, gerente da “pousada acampamento” que ficaríamos, iria nos procurar.


Pela Indiana Tours, agência do Bobby, e a Pantanal Trekking Tours, acampamento do Élcio, existe pacote de 2 dias e 1 noite, 3 dias e 2 noites, 4 dias e 3 noites. Tudo isso incluindo caminhada guiada, passeio de barco pelo rio Miranda, focagem noturna de caminhonete, pescaria de piranha, café da manhã, almoço, janta e também o ônibus até o Buraco das Piranhas. Nosso pacote de 3 dias e 2 noites sairia a R$350 aproximadamente para cada uma. Como somos brasileiras (coisa rara por lá! Que absurdo hein, gente! Os gringos conhecem mais nosso país que nós mesmos!) e pobretonas, choramos bastante e conseguimos um bom desconto! Bom meeesmo! O próprio Bobby compra nossas passagens de ônibus e combina tudo. Só precisamos comparecer a rodoviária na hora certa e aproveitarmos!

Quem quiser ficar lá depois que acabar o pacote, sem fazer passeio, paga R$50 a diária.

E estava o Élcio lá nos esperando. Formamos o grupo que foi para o acampamento, Rachel, Malika, uma turista alemã, e eu.


Élcio foi nos mostrando tudo pelo caminho até o acampamento. Fomos pela Transpantaneira, estrada de terra que corta o pantanal. No nosso caminho vimos milhares de jacarés nos lagos a beira das muitas pontes minúsculas de madeira que tínhamos que passar. Vimos búfalos e o Tuiuiú, pássaro símbolo do Pantanal! Só de fazer esse caminho já estávamos em êxtase! Que máximo ver os jacarés no seu habitat natural! Ver búfalos fora do zoológico! Já nos sentíamos muito aventureiras e encantadas, sem saber o que ainda estava por vir.




Chegando ao acampamento, o guia Elias nos recebeu!

Elias é uma figurinha bem peculiar. rs Pantaneiro (nascido e criado no Pantanal), filho de brasileira com índio paraguaio Tupy Guarani. Morenão (como ele mesmo se descreve, rs), cabelo comprido castanho escuro e cacheado nas pontas, olhos pequenos, com uma pena de periquito na orelha, um facão na cintura e andando descalço todo o tempo. Sem contar o gingado do andar.rs

Foi apresentando o acampamento para Malika, Rachel e eu. Ele falava em inglês, e ás vezes traduzia algumas coisas para gente, já que, teoricamente, entendíamos tudo em inglês. rs Mas ele ia andando e falando numa velocidade tão alta que dava vontade de rir! E quando foi explicar sobre a hora das refeições, passeios, essas coisas? Mandou a gente sentar e danou a falar! Em inglês! Pô, não entendia a metade! rs  Aí quando eu dizia, em PORTUGUÊS, que não tinha entendido, ele olhava bem para mim e repetia pausadamente em INGLÊS! hahaha Tive que deduzir!rs

No acampamento podemos dormir na rede ou numa barraca, a escolha é nossa. E estas ficam dentro de um mosquiteiro, protegidas dos bichos e mosquitos. Os banheiros e as duchas são comunitários. Não tem filas, são muitos.  



Estava um calor! Mas um calooor! Clima quente e úmido! Fomos as três organizar nossas coisinhas, escolher nossas redes para depois dar uma voltinha com o Elias, que não queria nos deixar a toa.

Fomos conhecer o rio Abobral, que fica no “quintal” do acampamento. Pulamos uma cerquinha e em menos de um minuto estávamos lá. Sentamos num dos banquinhos e ficamos conversando.  Ele ensinou a Kel a subir na árvore da beira do rio, em que as raízes ficam para dentro da margem. E como o rio estava baixo, ela estava pendurada.



Vimos jacaré ali também. Para que fomos falar dele? Elias resolver chamar o jacaré para tirar foto. “Charlie!! Charlie!” hahaha Pois é, o jacaré tem nome! Segundo o Elias, ele é domesticado, não tem perigo. E eles têm medo da gente, porque somos maiores que eles. Diferente dos crocodilos. Sei...rs


Quando voltamos tomamos um banho e a Kel foi logo ficando de biquíni. Piriguete toda vida! rs Estava fazendo muito calor mesmo. Chegaram os outros gringos que estavam fazendo passeio e logo ficamos conversando com todos. Havia duas francesas, a Sophie e sua amiga, o Ludovic, também francês, e a Liora, uma mochileira holandesa. Gastamos nosso inglês, francês e espanhol!


 

Um pouco antes do nosso jantar recebemos visitas, que vieram fazer o lanchinho de sempre: a arara vermelha e o papagaio.



Jantamos e nosso guia nos chamou para fazer uma fogueira. Malika, muito sensata, indagou: “fogueira? Nesse calor?” rs Era isso mesmo! Mas só fogueira não dava, né? E a caipirinha? O grupo todo pediu e Elias disse que tínhamos que ir comprar a cachaça, mas que vendia numa vendinha a uns 5 minutos dali. haha Pura ilusão! Ele adorava fazer essas coisas com a gente. Fomos caminhando pela estrada de terra no meio do mato, só com a luz da lua cheia e de umas duas ou três lanterninhas. E caminhamos... caminhamos...  e nisso aí se passaram pelo menos 10 minutos. Aí a Kel perguntou para ele: “Não eram cinco minutos?” E ele respondeu, cinicamente: “Já deu cinco minutos? Acho que ainda não.” haha E depois disso ainda andamos uns dez minutos!

Chegamos a vendinha no meio da Transpantaneira. E lá, depois de cachaça e limão providenciados, o esperto do nosso guia se deu conta que não tínhamos gelo! rs Como estavam todos empolgados resolvemos tomar do jeito que fosse. E para nossa sorte, a dona do lugar nos arrumou meia garrafa com gelo. Mais vinte minutos na escuridão no meio do pantanal e fomos fazer fogueira.


Fizemos a caipirinha e começamos as brincadeiras! Mímica, jogo com palavras... Uma dificuldade!rs O mais divertido das brincadeiras era a misturada de idiomas! Ter que entender e explicar inglês, português, francês, alemão... hauhuaha Muito bom! Muito divertido! Ficamos acordadas até beeem tarde! A noite foi ótima!


E depois fomos dormir, porque no dia seguinte as atividades em meio à natureza selvagem nos esperavam às 6 da manhã!


4 comentários:

  1. Tô adorando meninas!!!!! Isso aí é q foi aventura! Totalmente inusitado, jacarés, papagaio, redes p dormir, fogueira... adorei!

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  2. Meninas, já mandei um comentário mas acho que não entrou. Estou acompanhando a aventura. Feliz Natal e um Ano Novo com muitas coisas para contar.
    Fiquem bem e seguras por favor! Monique, saudades.
    Abraços, Inês Werneck.

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  3. Inêeeees!!! Que saudade!
    Fique muito feliz por saber que está acompanhando! Muito feliz por ver um comentário seu!
    Feliz Natal também e um Ano Novo cheio de coisas lindas, com muita felicidade!
    Estamos bem e seguras, sim. Pode deixar!
    Dê um beijo na Liz, Lucinha e Thaís por mim!
    beijos!!

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  4. Ai que saudadeeeeeeee!!!

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