sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

JACIARA E JUSCEMIRA MT (DIA 43)

Pessoal, desculpa pela demora em postar, é que estávamos no meio do pantanal. Sim, PANTANAL!! Sem telefone, sem internet e sem contato com a civilização! rs Mas essa é uma história para contar depois. Agora, vamos voltar à nossa aventura radical em Jaciara! rs

Em Jaciara...

Chegou o dia! Acordamos às 8 da manhã já tensas. rs Tomamos banho e um café bem reforçado e muito gostoso! Estávamos hospedadas no Hotel Glória, ali pertinho da rodoviária. O apartamento para duas pessoas, bastante espaçoso, com banheiro grandinho, com TV e ar condicionado (item muito útil no calor da cidade), custou R$80, incluído o café e internet.


Vestimos roupas confortáveis, nos enchemos de protetor solar e ficamos aguardando o Rafael na porta do hotel. Às 9:35 ele chega numa Kombi, junto com o Murilo. Já no caminho, começamos a desabafar nosso pânico, dizendo que estávamos com muito medo. A Monique, na verdade, disse que não estava com medo ali não. Disse que só na hora é que ela sentia pavor mesmo. Mas eu não. Eu já estava com dor de barriga desde o dia anterior! rs Fomos conversando com ele por todo o caminho e, como ele fazia o estilo tranquilão, até me deixou mais calma. Ele disse que o medo era normal e que muita gente que já tinha feito rapel com ele tinha ficado desesperada também, principalmente nos primeiros momentos da descida, que é a hora que você tem que confiar de verdade nos equipamentos. Conversando, conversando, o tempo passou e logo chegamos à Cachoeira da Mulata.

A primeira aventura do dia seria o rapel. Ai meu Deus!!! Seguimos uma trilhazinha minúscula e lá estávamos nós: na parte de cima da queda d’água. Eu não quis nem olhar o que tinha lá embaixo. Sentamos, esperamos ele descer primeiro para ver como estava o local. Em menos de 15 minutos ele já estava ali conosco novamente. Arrumou nosso equipamento e pronto. Ali eu senti que havia chegado a hora. O coração disparou. Ele nos chamou para a beira do precipício, nos prendeu numa corda e perguntou “quem vai primeiro?”. Gente, ali não tinha mais jeito. Eu não sabia se doía mais o coração ou a barriga e, com medo da Monique descer e eu acabar desistindo, pedi para ser a primeira.

O Rafael me ajeitou para a descida e me deu as instruções. Eu não quis nem olhar para trás. Fiquei logo de costas para o precipício e comecei a fazer o que ele dizia. Fui descendo, descendo e pensando “desce logo, porque quanto mais descer, menor será a queda”. rs Gente, nesse embalo eu fui! Quando me dei conta, já estava no meio da descida, já não conseguia mais ver nem o Rafael e nem a Monique e só escutava ele gritando “muito bom, Rachel, está indo muito bem!”. Ah, se ele soubesse o que se passava na minha cabeça naquele momento! rs Tinha hora que eu não achava lugar para apoiar o pé ou apoiava em lugar molhado e derrapava. Estava uma maravilha aquilo ali! rs

Só que com o tempo, você vai se acostumando com o mecanismo (muito simples por sinal) e com a altura e aí, enfim, o medo passa!!! Parece história de quem quer se fazer de corajoso, né? Mas eu juro que aconteceu comigo! Veio um estalo do tipo “se não caiu até agora, relaxa e curte o visual, porque não dá para cair mais!”. Ah, aí eu relaxei! Parei um pouquinho, olhei o céu, observei a água da cachoeira descendo ali ao meu lado... Ai que delícia! Era uma mistura de satisfação, liberdade, prazer e apreensão, que tornava desimportante qualquer circunstância exterior ao que eu estava vivendo ali, naquele instante. E foi só estando nessa situação que eu entendi porque há tanta gente louca nesse mundo que se pendura numa corda para descer um abismo.

Quando cheguei lá embaixo e finalmente encostei os pés no chão, fui direto tomar um banho refrescante de cachoeira! Maravilha!!! E, então, fiquei ali na água, olhando para cima e esperando a Monique descer.

Embora a Kel tenha assistido a tudo lá debaixo, não dá para ela descrever o drama, né? rs Então, eu, Monique, vou me intrometer na postagem dela para contar.

Eu já tinha feito rapel no Morro da Urca no início do ano e para descer eu tinha me cagado de medo! Fiz até o instrutor descer do meu lado. rs Depois, foi o que a Kel falou, passa o medo inicial, é uma delícia! Eu já sabia disso tudo. Mas enquanto a Kel descia, eu não resisti e vi a altura. E fiquei tentando me preparar psicologicamente, porque eu devo ter um distúrbio do pavor imediato: só sinto pavor exatamente na hora! Antes, parece que nada vai acontecer.

Quando o Rafael me preparou e disse “Vamos lá!”, caracaaaa mané!!! Que medão!!! rs Eu via aquilo tudo lá embaixo, aquela corda, me imaginava sozinha no meio do caminho querendo voltar, me imaginava caindo... tudo!!! E ele tinha acabado de me mostrar as pegadas de uma onça que devia ter estado ali há pouco tempo bebendo água. Fui tentar. Dei dois passos para baixo. Olhava as pedras, para saber onde colocaria o pé, e olhava o laguinho da cachoeira. A sensação na hora da saída é horrível! A gente tem que ficar de costas pro abismo, praticamente perpendicular a pedra. E ele me incentivando. Porque eu dei os dois passos e travei! Falei “Rafael, eu to com muito medo!”. E ele muito fofo: “Monique, olha para mim. Carão de modelo, peito para fora!”  Eu fiz a cara. Estufei o peito. E fiquei no mesmo lugar. haha

Aí ele dizia para eu dar só mais um passo para direita. E meu pé ia e voltava. Mas não ficava no lugar. Ele dizia: “Olha a onça!” E eu estava com muito mais medo da altura. Dizia: “Se você desistir eu não devolvo o dinheiro” E eu ainda assim não ligava. Pavor total, perna tremendo, ouvindo a Kel gritando: “Monique! Monique! Vem! Vem! É muito bom!!!” Eu sabia de tudo isso. Mas desisti.

O Rafael me subiu e me disse: “vamos tentar mais uma vez. A última vez! Você pode, você consegue! Eu acredito em você!” E eu fui tentar. Po, ele acreditava em mim, a onça estava ali, a Kel já tinha ido, eu paguei, e já tinha feito isso antes e tinha adorado! Ah, não! Fui com tudo dessa vez! Com todo o meu medo, de todas as coisas que o Rafael me falou, só pensava “Cara de modelo, peito para fora!” Fiz a cara e fui descendo! Uhuuuul, estava conseguindo! As pedras escorregavam muito, mas depois fiquei olhando a cachoeira linda do meu lado, as andorinhas nas pedras e estava gostando já. Até a hora que não havia mais pedra para colocar o pé e eu comecei a rodar na corda. hahahaha Como eu gritei!!! Só ouvia a Rachel morrendo de rir porque a cada corda que eu dava, a corda balançava e me jogava de cara na parede, feito lagartixa. hauhauha

Mas consegui!!! E quando cheguei lá embaixo, um banho de cachoeira e a vontade de fazer tudo de novo!!! rs Estou orgulhosa de mim! rs Orgulhosa da gente! Somos muito aventureiras! hahaha Agora pode voltar, Kel! O post é todo seu! rs   

Pois então, depois desse drama todo (e vocês nem imaginam que drama foi porque a Monique demorou uns 15 minutos só para começar a descer! rs), seguimos para o rafting. Esse foi tranqüilo. Ambas já tínhamos nos aventurado por essas bandas e éramos craques nisso! rs Seguimos, remando, um bom percurso do rio (esqueci o nome! rs) onde há a Cachoeira da Fumaça. Algumas quedinhas divertidas, mas nada que dê para assustar ninguém. Muito relaxante e muito refrescante porque o que vem de água dentro do bote não é mole não! E com aquele calor todo ficava mais gostoso ainda!

Terminada nossa segunda aventura, fomos então relaxar num balneário que tinha ali perto. 


O nome é Balneário Thermas Cachoeira da Fumaça e é cobrada uma taxa de R$20 por pessoa para ficar lá o dia inteiro. Uma gostosura! Depois de toda a adrenalina que sentimos, ficamos ali só de bobeira nas piscinas, jogando conversa fora.






Mas como estávamos muito radicais nesse dia, logo descobrimos outra aventura! Descer nos toboáguas que haviam no balneário!!! Uhuuuuulll!!!! O azul até que era mais light, mas o vermelho... Esse aí era porreta!!! rs

Foi nesse momento de euforia geral que acabamos conhecendo a Tânia e o Deíldo, um casal muito simpático de Rondonópolis, ali mesmo no Mato Grosso. Ficamos batendo altos papos ali na piscina, dando força para a Tânia ter coragem de descer no toboágua também e contando um pouco da nossa viagem. No meio disso tudo, eles nos disseram que, numa cidade muito próxima dali chamada Juscemira (a apenas 5 kms de distância), havia um outro balneário com águas termais naturais, com cerca de 38 graus celsius. Quentinha, quentinha!! rs E o melhor de tudo era que esse balneário funcionava até de noite e se pagava apenas R$10 para entrar.


Como só podíamos ficar ali até às 18 horas (porque o balneário fechava essa hora) e eles nos ofereceram carona, acabamos topando conhecer Juscemira. Eles estavam voltando para Rondonópolis e Juscemira era caminho. Perfeito! Entramos no carro, eles passaram no nosso hotel para que pegássemos nossas bagagens e, por volta das 17 horas, nos deixaram no Thermas Aquarius (fone:66-34121511).


O lugar é bacana demais e os atendentes são muitíssimo simpáticos e prestativos!


Havia 3 piscinas, cada uma delas com uma temperatura diferente. Aquilo lá é que era vida. 


Esse foi um dia de muita mordomia para a gente! Nadamos, descansamos, conversamos, rimos, comemos e, para animar, é claro, bebemos! Nós duas, no calor de uma piscina quentinha, tomando uma cerveja gelada! Ô coisa boa!!! A gente nem é tão fã de cerveja assim, mas aquela ali teve outro sabor. Com certeza! Mamãe, me lembrei de você!!! rs


Pois é, gente, nós duas ficamos nesse bem-bom até 10 horas da noite!!! Com as mochilas espalhadas pelo balneário, de biquíni, molhadas, quase sem roupas limpas e sem ter onde dormir!!! Acreditem se quiser, mas é a mais pura verdade! rs Estávamos tão relaxadas e tão felizes que nada nos preocupava! Quando falei para a Monique que a gente estava tomando cerveja na piscina altas horas da noite sem nem saber onde iria dormir, as duas caíram na gargalhada!!! rs


Saímos, então, um pouco depois disso e fomos procurar um hotel. Nós duas, imundas, com roupas úmidas e mochilão nas costas, começamos a andar pela BR-364, onde praticamente só passa caminhoneiro! rs E nem tinha o que fazer porque a cidadezinha beira essa estrada, então, tudo está ali em volta. Gente, tenho passado por muitas novas experiências nessa viagem! rs


No fim das contas, deu tudo certo. Logo encontramos o Hotel Santa Fé, ali mesmo na BR e conseguimos um quarto por R$40 (havia apartamentos por R$60, mas somos mochileiras!!rs). Tomamos banho e fomos dormir alegres e contentes com nosso dia de princesas!!


Até a próxima, gente!!!

3 comentários:

  1. Caras aventureiras, parabéns pela coragem no rapel. Eu não desceria por nada. Vocês são corajosas. Beijos do Ronald.

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  2. queridasss!!!!
    Adorei esse post e as suas aventuras!!!
    Queria vr as fotos do rapel, podem colocar???
    Ahhh, tanto no deserto da bolívia, qnt em Aguas Calientes (no Peru) e em são pedro do atacama (no chile)têm aguas termais naturais. Fui no da bolívia e no chile. é uma delícia, porém qnd sai vc tem q colocar a roupa mt rápido se não congela!!! mas é ótimo, e os locais mt agradáveis, não deixem de ir!
    bjss

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  3. Valeu pelas dicas Lianinha! Vamos sim!
    Estamos esperando as fotos também. O ajudante do carinha do rapel que tirou. E eles ainda não nos mandaram. Estamos loucas para ver!!!!! Assim que recebermos colocamos aqui. Pode deixar.
    beijinhos!

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