CORUMBÁ (DIAS 50 E 51)

Quando enfim conseguimos sair de Bonito (não fosse a grana que a cidade arrancava da gente, eu ficava mais um pouco por lá! rs), fomos para Corumbá, cidade que se encontra na fronteira com a Bolívia. A intenção era realmente seguir viagem rumo a esse país, mas queríamos conhecer o Pantanal antes. O Pantanal para mim era só coisa de novela mesmo, sabe, que nem vencedor de mega-sena: você sabe que existe mas ninguém nunca viu! rs Pelo menos ninguém que eu conheço me deu o prazer de ouvir suas histórias pantaneiras! O objetivo era esse então. E sabíamos que em Corumbá conseguiríamos.

Tomamos o ônibus da empresa Cruzeiro do Sul ao meio-dia de terça-feira (atenção! não há ônibus para lá nos fins de semana!). As passagens custaram cerca de R$60 cada. No ônibus a Monique encontrou uma moeda. Eu disse que aquilo significava sorte. E sabe o que eu encontrei? Uma tesoura! rs Torci para que aquilo não significasse assassinato! Ahahahahaa!!! Eu, hein? Primeira vez na vida que eu encontro uma tesoura perdida! rs

Durante a viagem, atravessamos o Rio Paraguai!!! Grandão!!!

Chegamos em Corumbá por volta das 18 horas debaixo do maior toró!!! Chovia muito, gente!!! Muito mesmo! E nós, que só tínhamos tomado café da manhã, não pensamos duas vezes e fomos comer ali mesmo na lanchonete da rodoviária enquanto a chuva não passava. No meio do nosso lanche, o que acontece? Um pombo caga no ombro da Monique!!! Ahahahahhaaa!!! Ali eu confirmei: ela estava com sorte mesmo!!! Falei com ela que já tinha recebido dois sinais! Aquele era o dia dela! rs

Quem me dera se aquela sorte toda fosse para encontrar um hotel decente e barato! Pura ilusão! rs Passada a chuva, fomos procurar um lugar para dormir. O primeiro hotel que perguntamos, ali quase em frente à rodoviária, custava R$118 para as duas! Sai fora! Com essa grana toda a gente passa quase 2 dias inteiros! rs Continuamos andando e encontramos outro, também pertinho da rodoviária. Por R$35 para as duas num quarto sem banheiro!!! Tá bem que não era lá essas coisas, era bem simples. Mas comparado com alguns outros nos quais a gente já tinha dormido (tipo o de Goiânia), esse parecia até bastante agradável. O que atrapalhava (e olha que estou pegando leve com o “atrapalhava”) era o quarto. Cruz credo! O cheiro era horrível! Não sei explicar como, mas era algo do tipo gordura doce com mofo. Sei lá, só sei que era de enjoar qualquer um! rs O ambiente completamente desagradável! E muito calor! A Monique logo olhou para mim com uma cara do tipo “não quero ficar aqui não!”. Eu também não queria, não queria mesmo, mas fui firme (já pensando na economia que faríamos): “Vamos ficar aqui sim! Não temos dinheiro!”.

O jeito foi ela aceitar, afinal sabia que não encontraríamos outro por esse preço. E assim fizemos. Mas que a Dona Monique ficou neurótica, ah, isso eu nem preciso falar, né? 

Não queria encostar em nada, dormiu sem tomar banho (eu também entrei nessa onda, claro! rs) e cismou que tinha cobra lá! “Rachel, isso é piado de cobra!!!”. Resumindo: encheu meu saco! rs Eu, que já não estava me sentindo num ambiente muito agradável, ainda tive que aturar a mala da minha amiga! rs Mas para que ela parasse de perturbar, falei:

- Vamos lá perguntar que barulho é esse!

Quando perguntei para os caras que estavam na recepção se aquilo era barulho de cobra, eles morreram de rir. “Cobra? Que cobra? Claro que não! Isso é sapo!”. Aí quem se apavorou fui eu! rs Não achei que aquilo fosse barulho de bicho grande. Achei que era cigarra, grilo, sei lá, não sou boa com sons da natureza! rs Mas o que importa é que a Monique sossegou e parou de perturbar! “Ah, sapo tudo bem!!!”. Eu mereço!!! rs

Dormimos e tomamos banho só na manhã seguinte. O banheiro era beeeem simples, mas ok!

Durante o banho, a Monique foi me contando que tinha ganhado, no sonho, um prêmio com os números 346. Disse que queria jogar para ganhar de verdade! Pois é. Quem não a conhece, não sabe o conto de fadas que são as crenças dela! Tem duende, tem gnomo, tem fada e príncipe encantado! rs E tem até aviso sobre o dia em que ela vai ficar milionária! rs Enfim...

Tomamos café e saímos para dar uma voltinha. Conhecemos a Praça da Independência e o seu entorno.

Quando passamos em frente a uma casa lotérica, não deu outra:

- Racheeeeeel!!! A mega-sena está acumulada!!! TRINTA MILHÕES!!! Vamos jogar!! Temos que jogar!!! Eu já sei os números!!!

Ahahahahaaha!! Podem rir!!! Sei como é, eu também gargalhei na hora! Mas o que custa dar corda aos sonhos das pessoas, né? Ela estava tão certa de que ficaria milionária que eu concordei.

- Ok, vamos jogar.

A Monique logo pegou um papelzinho e começou a anotar os números! Todos errados!!! rs Quando vi, logo avisei que não eram aqueles números. Aí ela disse que quem tinha sonhado era ela. E eu retruquei dizendo que ela não sabia interpretar o próprio sonho! rs Resultado: cada uma de nós fez um jogo diferente! rs E lá se foram 4 reais!!! rs Mas eram 4 reais que se transformariam em 30 milhões, então tudo bem...

Tiramos uma foto para marcar o momento em que nos transformaríamos em milionárias e continuamos passeando pela cidade para procurar uma agência de turismo que nos levasse ao Pantanal.

E aí começa outra história... rs

Aguardem!!!